quinta-feira, 5 de março de 2009

Recomeço

...quando da alma pouco ou quase nada fazia sentido, ou o acordar pela madrugada dentro se tornara já um hábito, um cerrar de dentes sistemático em que as lágrimas eram entrecortadas pelo tictac do despertador na mesa de cabeceira...
abriu-se tua alma, cristal iluminando um pouco a espera do final de cada noite que costumava decorrer pastosa e lenta, companheira minha do insucesso que guardava em mim
abriu-se tua alma, dedos que imaginava cerrados e incapazes de um gesto, descruzaram-se como pétalas a abrir ao nascer dos dias
abres agora as asas do silêncio
ofereces-me um campo de giestas num sorriso aberto ao vento, tranquilo...
alguma inquietude... mas nesse sorriso pude ler cartas de esperança que nunca escreveste, mas que estavam escritas nas linhas da tua mão
um pouco receosos, não pudemos conter a alegria do reencontro - areia e mar, onda e areia, numa harmoniosa conjugação, ritmada ao som do bater dos corações
reencontro macio e confortável que só o passar dos anos permite entender!
04 de Março 2009

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