
Ah se tu soubesses quantos nós tenho que dar os meus dedos, quanta água tenho que deitar em mim para que não me saia este rastilho, este turbilhão de abraços
que desfaço... de risos , pés descalços, lareira... fogueira ? sempre!!! mais e mais acesa...
Ah se tu soubesses como te olho, parecendo que não olho... Estes meus olhos por onde escorre mágoa, ou ...água...,para o caso tanto faz, tanto fez !
meus pés descalços na pureza de um abraço que se não deu, porque não és meu...
inicialmente meu!
mas sei que se não vens à minha porta, foi porque assim escolhi
não posso roubar o que já vivi em ti
Sai ! Deixa-me respirar e ver outras coisas
que não verei se de mim não saires...
Ah se tu soubesses
como dificil é permanecer quieta e muda... Eu não sou assim : matemática, cálculos
Dêem-me um bihete para a estação mais distante daqui, para o átrio da mais distante escola
dêem-me antes pedrinhas e baloiços ...
e sai-me da minha frente com essa beleza irremediável !
Novembro 1982
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