
Senti que os dias voltavam a ter uma outra alegria. Alegria sempre tive por estar viva, por me considerar uma boa pessoa, ter o essencial para me sentir confortável na vida… um tecto onde habitar, um carro para me deslocar, saúde, trabalho que me permite pagar as contas desse “conforto” e essencialmente filhos que amo incondicionalmente.
Contudo a alegria, o bem estar é momentâneo, falta uma boa parte de mim que resta ficar completa, Como mãe falta completar uma parte de mim que está já há tempo demais inacabada . Qualquer mãe só fica descansada quando sabe que seus filhos conseguem ser autónomos nas suas vidas.. Os dias passam, as angustias entranham-se no coração, as perguntam surgem com alguma frequência… como poderei ajudar se eu próprio acho que só nós mesmos nos podemos ajudar a nos próprios ?
Uns dias desisto, dias depois volto à luta, faço o possível por fazer entender meus filhos que a vida não se compadece, não esperem que os outros saibam que eles existem… são eles que sabem que o mundo existe lá fora, para lá das 4 paredes, para além dos namoros dos 20 anos, há outras verdades merecedores, urgentes de serem cumpridas - as suas sobrevivências… dificilmente iremos ser bem sucedidos nos vários patamares da vida se não nos sentirmos livres para estarmos onde quisermos, estar simplesmente pela razão de queremos estar, que podemos estar, que a janela da nossa decisão de partir depende inteiramente de nós, sem nos sentirmos apertados, sufocados pela sensação de “e agora o que faço, para onde vou, de que vou viver, de que me alimento, como me vou vestir… como vou chegar a casa de minha mãe e dizer que gosto dela, que lhe agradeço ter- me dado uma cana e me ensinado a pescar os peixes de que me alimento “ , mas que não tenho feito nada para ser bem sucedido na vida ?
Quando somos novos e sobretudo se a persistência e vontade de vencer e ser nós por nós não estiver enraizada em nossa mente, vamos deixando os dias passar, vivendo esses dias como se amanha não fosse acontecer nada, não nos apressamos a escolher nosso sustento, não queremos saber dessas teorias de que agora estou aqui e amanha logo se vê.
O presente é importante, aliás é essencial porque amanha não sabemos se estamos vivos, mas o estarmos na vida sabendo que outro alguém nos sustenta não deveria ser reconfortante para nós mesmos… Temos braços, temos pernas, temos orgulho, temos garra, temos que ter !!
Só nós fazemos a verdadeira majestade do que somos, só nós nos podemos orgulhar do que somos ou como e no que nos conseguirmos transformar.
Sem comentários:
Enviar um comentário