sábado, 1 de agosto de 2009

Deixamos de amar, mas nunca desistimos do Amor !


Se me tivessem contado, teria dificuldade em acreditar ? Talvez …Ainda mais sendo eu a protagonista desta história !! Acreditar que um dia semeaste, regaste e deixei florir … plantaste o que quiseste e tudo dava fruto, renascia , descia a correr seara abaixo com a alegria de uma menina em sonhos acordada… Como posso hoje ter tão pouco para te oferecer ?? Um beijo não passa de um gesto que quase considero “obsceno” pois que é vazio de sentimento… Romance …nunca existiu !! Agora… muito menos, só o passar das águas em turbilhão que são nada mais nada menos que a minha cabeça fervendo de dúvidas, não entendendo o que se passou…e o que se está a passar… como foi que o quase enlouquecer de amor passou a desamor, quase indiferente me é a tua mão na minha quando a segura trémula de insegurança… Não tenho nada para te oferecer… lamento nem sabes o quanto. O tanto que te esforçaste por me agradar, por chegar ao iluminar, por chegar aos meus encantos que agora são desencantos… tristeza, mágoa, saudade do que já senti foi o que restou destes anos que pareciam uma eternidade e que para a eternidade julguei amar-te ! Sinto me vazia, parecendo incapaz de amar quem quer que seja… preciso de um pouco de romance, que me mostrem a face mais alta da lua, que me elevem o rosto num sereno olhar e mergulhem na minha alma… não quero ficar neste estado de indiferença, preciso de me sentir viva novamente e com carácter de urgência. Sim, tenho dificuldade em lidar com esta fase da minha vida. É como se tivesse um poço de água fresca e limpida e nada saciasse a minha sede……… não ! Não quero continuar a sentir me assim, despejada de emoção, sinto a cabeça a latejar por falta de ocupação! A ocupação do amar sem limites ou condições. Não quero continuar a sentir-me assim como que indiferente à vida. Recuso-me a sentir -me desta forma amorfa, incolor, inodora… não me entendo assim isenta de afagos, paixões, encontrões, escaldões… não me reconheço nesta etapa da minha vida, em que os dias passam sem encontros ou desencontros…todos eles fazem parte do nosso estar e do nosso sentir, precisamos de tudo isso para nos encontrarmos ou nos desencontrar-mos e é aí nesse limiar que percebemos que estamos certos nesta passagem…os ventos, as tempestades do amor fazem nos rodopiar, encontramo-nos certeiras nos nossos anseios, desilusões ou confusões. Mas sentimos…choramos….desesperamos pela espera, mas estamos certos de alcançar. Agora o que sinto por ti é uma amizade sincera, só e apenas. E tanto que te esforças, embora fazendo de conta que a minha indiferença te é indiferente! Não, não quero estar assim por muito mais tempo…sempre tive no amor um porto seguro, preciso dele para sobreviver, é a ele que me agarro para apaziguar as agruras, as contrariedades..recordo-me de mim amando sempre algo ou alguém, encontrando nesse amor o tripé, a árvore imaginária que me mantém de pé na esquadria dos dias menos afortunados. Sentir-me culpada por isso? Não, não sinto…sei exactamente o que não tive em criança, em adolescente…sei onde não me tocaram e sei exactamente onde me tocaram e não o deveriam ter feito !! Não, não tenho vergonha de o assumir. A nossa história, o nosso percurso de vida enquanto crianças ou adolescentes teve as influências que teve, cada um de nós teve as suas “pouca-sortes” e embora obrigados a dar a volta por cima, as marcas ficam, indeléveis no tempo, no coração, no subconsciente - aquele que armazena lembranças de toda a nossa vida - É por isso que quero, acredito e faço do amor a lei fundamental que vai regendo a minha vida, repondo, sobrepondo, subtraindo o que de menos bom me possa de vez em quando lembrar. Sei que existes, estou à tua espera…não desespero, sei que estás a chegar.

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