sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A Mente dual

A coisa verdadeira é permitir o amor e aceitar o ódio também. Se você aceitá-lo, logo verá que ele estará desaparecendo e a mesma energia está se voltando para o amor. Um dia ele desaparece, mas ele não pode ser reprimido. Ele desaparece através da aceitação – e então uma qualidade totalmente nova de amor surge, não corrompida pelo ódio. Mas tal amor somente é possível se você aceitar isso: amor e ódio. Se você reprimir isso, aquele amor mais profundo nunca será possível. Tal amor mais profundo não conhece ódio algum, mas você nada sabe sobre ele, a mente não consegue saber coisa alguma sobre ele. Ele é algo além da mente. Ele não é da mente.

A mente sempre é dual. Se o amor está ali, o ódio está ali. Se a compaixão está ali, a crueldade também está. Se o compartilhamento está ali, a avareza também está. A mente sempre é dual, e se você quiser ir além da mente, então não faça escolhas a partir dessa dualidade. Não diga, ‘Eu escolherei o amor e não escolherei o ódio.’ Assim, você permanecerá na mente para sempre. Simplesmente aceite ambos. Na aceitação, você transcende. Você vai além de ambos, porque você não fez qualquer escolha a favor disso ou daquilo. Mas eu compreendo – o problema é prático
Osho

Medo de ficar só...

Se o medo existe, é provável que ele tenha influência em sua vida, porque você sempre agirá de uma maneira para que não fique só, seja qual for o preço que tenha que pagar, mesmo que você tenha que permanecer uma escrava por toda a sua vida. Se você tiver que vender a sua alma, você venderá, mas você permanecerá cercada pela multidão. Isso parecerá aconchegante, seguro, protegido. Você saberá quem é você.

Isso destruirá toda a sua beleza espiritual, sua glória espiritual. Isso destruirá todas as possibilidades de seu crescimento interior. E isso vai influenciar seus relacionamentos. Milhões de pessoas continuam em relacionamentos que são simplesmente infernos; mas devido ao medo de que possam ser deixadas sós, elas continuam agarradas. Isso é miserável, é um grande sofrimento, é uma tortura, mas pelo menos alguém está com você.

Fazendo a comparação, é melhor ser miserável estando com alguém do que ser deixado só.

Esta é uma das razões porque milhões de pessoas continuam sofrendo e continuam agarradas aos mesmos relacionamentos que não estão lhes dando qualquer alimento e simplesmente são destrutivos e suicidas.
Osho

Meditação


Meditação é uma experiência

Você não acredita em Deus? Isso não é um obstáculo à meditação.
Não acredita na alma? Isso também não é um obstáculo à meditação.
Não acredita em coisa alguma? Isso não é um obstáculo.

Você pode meditar, porque a meditação simplesmente diz como ir para dentro: não importa se ali existe ou não uma alma; se existe ou não um Deus, não importa.
Uma coisa é certa: você existe. Se você existirá ou não depois da morte não importa. Só uma coisa importa: neste exato momento, você existe.

Quem é você? Entrar em você é meditação — entrar mais fundo em seu próprio ser. Talvez ele seja apenas momentâneo; talvez você não seja eterno; talvez a morte ponha um fim em tudo.
Não impomos nenhuma condição na qual você deva acreditar. Dizemos apenas que você tem de experimentar. Simplesmente tente!


Um dia, acontece: os pensamentos não mais estão presentes. E subitamente, quando os pensamentos desaparecem, o corpo e você estão separados — porque os pensamentos são a ponte. Através deles você se une ao corpo; esse é o elo.
De repente o elo desaparece — você está presente, o corpo está presente, e há um abismo infinito entre os dois. Então, você sabe que o corpo morrerá, mas que você não pode morrer.

Então, isso não é algo como um dogma; não é um credo, é uma experiência — incontestável. Nesse dia, a morte desaparece; nesse dia, a dúvida desaparece, porque, agora, você não tem de estar sempre se defendendo. Ninguém pode destruí-lo, você é indestrutível.
Então surge a confiança, ela transborda. E confiar é estar em êxtase; confiar é estar em Deus; confiar é sentir-se preenchido.

Por isso não digo para cultivar a confiança. Digo para experimentar a meditação.
Osho

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Sempre olhamos para as coisas com olhos velhos. Você chega em sua casa; você olha pra ela sem olhar pra ela. Você a conhece – não há necessidade de olhar pra ela. Você tem entrado nela de novo e novamente por anos seguidos. Você vai até a porta, você abre a porta, você entra. Mas não há necessidade de olhar.

Todo esse processo continua como um robô, mecanicamente, inconscientemente. Se alguma coisa der errado, somente se sua chave não se encaixar na fechadura, assim você olha pra fechadura. Se a chave funciona, você nunca olha pra fechadura. Por causa dos hábitos mecânicos, fazendo a mesma coisa repetidamente de novo e de novo, você perde a capacidade de olhar; você perde a frescura do olhar.

Relembre a última vez que você olhou para sua esposa. A última vez que você olhou para sua esposa ou para seu marido pode ter sido anos atrás. Por quantos anos você não tem olhado? Você apenas passa, dando uma olhada eventual, mas não um olhar. Vá novamente e olhe para sua esposa ou para seu marido como se você estivesse olhando pela primeira vez. Por quê? Caso você estiver olhando pela primeira vez, seus olhos ficarão cheios com um frescor. Eles ficarão vivos.

Dizem que nada é novo debaixo do céu. Na verdade, nada é velho debaixo do céu. Só os olhos ficam velhos, acostumados às coisas; assim nada é novo. Para as crianças tudo é novo: é por isso que tudo lhes dá excitamento. Até uma pedra colorida na praia, e elas ficam tão excitadas. E tudo é um mundo novo, uma nova dimensão.

Olhe para os olhos das crianças – para o frescor, a vivacidade radiante, a vitalidade. Eles parecem como espelhos, silenciosos, porém penetrantes. Só tais olhos podem alcançar dentro.

Qualquer coisa servirá. Olhe para seus sapatos. Você os tem usado por anos, mas olhe como se fosse pela primeira vez e veja a diferença: a qualidade de sua consciência subitamente muda. Essa técnica é só para tornar seus olhos frescos – tão frescos, vivos, radiantemente vitais, que eles possam mover-se para dentro e você possa dar uma olhada no seu eu interior.

Se você estiver livre do passado e tiver um olhar que possa ver o presente, você irá penetrar na existência. E essa entrada será dobrada: você entrará em tudo, em seu espírito, e você entrará em você mesmo também porque o presente é a porta. Todas as meditações de uma maneira ou de outra tentam conseguir que você viva o presente. Assim essa técnica é uma das mais belas técnicas – e fácil.

Osho, em "The Book of Secrets"

Limpar a Alma

Não tente classificar ou entender o que está acontecendo porque qualquer coisa que você fizer não ajudará em nada. Não se importe com a confusão. Simplesmente observe.

Esta técnica de meditação pode ser aplicada antes de dormir, durante, no mínimo, dez minutos.

Sente-se em sua cama de forma relaxada, feche os olhos e sinta seu corpo relaxar. Se o corpo começar a se inclinar para a frente, incline-se junto. Quem sabe ele não quer voltar à posição fetal, como o bebê no útero da mãe?

Se esse for o caso, não hesite: torne-se uma criança no útero materno.

Escute sua respiração, a inspiração e a expiração. Não verbalize nada, apenas sinta o ar entrando e saindo. Simplesmente sinta. Você vai perceber um enorme silêncio e uma clareza.

Deixe as coisas acontecerem como se não fosse você que as estivesse fazendo.

Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma"